Você já parou para pensar em como, a cada ano que passa, vemos mais e mais profissionais da Construção & Incorporação reclamando sobre remunerações decrescentes em contraponto a exigências cada vez maiores? Pessoas exigindo pagar menos por mais, num ciclo infinito que incorre em orçamentos insuficientes, prazos estourados e escopo não-atingido.
Ao refletir sobre este fenômeno você encontrará respostas fáceis, como: "governo", "sub-qualificação" etc. Nenhuma delas está errada (até porque falamos de Brasil!), porém este movimento não ocorre apenas em países subdesenvolvidos, mas também em potências como China e EUA.
Isto acontece em outras indústrias também, como a da Tecnologia, Automobilística, entre outras. Contudo, nestas áreas este fenômeno vem ocorrendo há mais tempo. Logo, estudiosos beberam de aprendizados de outras indústrias e assim conceberam o conceito de Lean Construction.
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Lean Construction é o conjunto de práticas de produção na Construção que seguem os princípios do Lean Manufacturing, concebido pela Toyota para o mercado automobiléstico em meados do século XX. Resumidamente, os cinco princípios base são:
Identificar o valor atribuído pelo cliente;
Mapear a cadeia de valor agregado ao produto na linha de produção;
A linha de produção deve constituir fluxo contínuo, sem paralisações, estoques ou desperdícios;
O produto deve fazer parte de uma produção puxada pela demanda, e não empurrada pela oferta;
Os processos devem ser melhorados iterativamente de modo a buscar a perfeição.
A partir destes 5 princípios, muitas metodologias foram desenvolvidas: KanBan, Six Sigma, Agile etc. Assim como Lean Construction, cada uma conta com as peculiaridades das indústrias em que surgiram.
A filosofia Lean vem da necessidade de superar a Curva de Expectativa do Cliente, que é crescente ao infinito. Como nossa capacidade de produção de valor é limitada, acredita-se que é necessário aumentar a produtividade de forma contínua, acompanhando as necessidades do consumidor (mutáveis).
Um exemplo deste salto em Lean Construction foi a criação dos contratos GMP (Guaranteed Maximum-Price). Estes consistiam na fixação de um montante máximo no contrato de serviço/obra. Caso este montante fosse superado, o prejuízo recorreria sobre o contratado. Caso o valor ficasse abaixo do esperado, os ganhos seriam divididos entre contratante e contratado. Em seu surgimento, este método de execução possibilitou um salto na curva para os grandes construtores no exterior, mas com o tempo, este modelo tem se tornado obsoleto em frente ao IPD (Integrated Project Delivering).
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O IPD consiste em um modelo de contrato de total colaboração entre todas as partes do projeto: projetistas, construtores e dono, de modo a assegurar a máxima produtividade possível. Mo método IPD, os ganhos e prejuízos resultantes do projeto são divididos entre todas as partes, o que potencializa a motivação e engajamento de todos os envolvidos.
Neste método temos práticas totalmente inovadoras e disruptivas, como por exemplo, o Target Value. Esta metodologia consiste no estabelecimento de escopo e custo iniciais do projeto, porém com ajustes incrementais a partir do know how de todos os envolvidos, com o intuito de reduzir o custo, preservando o escopo.
Nestas novas práticas de mercado, surge-se o seguinte questionamento:
"... como podemos viabilizar o uso das práticas IPD do ponto de vista da COMUNICAÇÃO necessária em um projeto de construção, complexo por natureza?"
A resposta está no BIM!
O BIM nos permite ter um banco de dados integrado do projeto, com iniciativas como o IFC, na busca de um modelo livre de falhas e guiado pela SINERGIA entre todos os participantes. Assim o BIM se mostra como agente motriz na viabilização do modelo IPD de projeto.
Os ganhos de produtividade provindos da simples adoção do BIM 3D já se manifestam no mercado atual. Contudo, o ponto a se refletir é o potencial que teremos se somarmos o BIM (3D a 7D) às práticas do IPD.
Ainda não conhece o BIM e o IFC? Não fique para trás! Leia o Guia BIM: Modelando o futuro e faça parte desta mudança!
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